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Converted by Falcon Hive

Da primeira vez li O Pequeno Príncipe por ordem da professora do colégio. Não devia ter mais de 10 anos, li como eu lia todos os livros, imaginando cada cena, ouvindo cada diálogo mas não indo além disso. Naquela idade eu não era capaz ainda de entender as entre linhas, não vi a parábola que é O Pequeno Príncipe. Só li a história e ela sozinha não me encantou, não entendi aos meus 10 anos porque é um livro tão famoso. Como podem pessoas (príncipes, reis, beberrões, homens de negócios, vaidosos, geógrafos ou acendedores de lampiões) viverem sozinhas em planetas minúsculos? Como o príncipe viajava entre eles? Não fazia muito sentido.

Anos depois, já universitária, encontrei meu velho livro e resolvi ouvir àqueles que dizem que O Pequeno Príncipe não é uma história infantil e que deve ser lida por adultos e li o livro novamente. Já fui muito mais capaz de entender a beleza por trás da história fantasiosa, entendi alguns dos conselhos nele inscritos e gostei muito mais da história do que da primeira vez que tinha lido. Fiquei com a relação do Príncipe com sua rosa na cabeça e esses dias entendi de vez a história toda. Reli o livro mais uma vez e agora sim compreendo a separação do jovem monarca e da sua frágil flor e todos os sentimentos que acompanham a história deles. Entendi o que foi ensinado pela raposa, pelo jardim, tudo aquilo que as pessoas grandes deixam passar despercebido.


Eu nunca viajei à África, não atravessei o deserto mas encontrei esse lugar.

Conheci o Principezinho, já fui a sua rosa. Mas assim como no livro ele também escolheu me deixar para trás, presa no pequeno planeta dependendo apenas dos meus quatro pequenos espinhos e sem mais a proteção da redoma de vidro. Desde que isso aconteceu eu gosto mais de cada pôr-do-sol que acontece aqui no asteróide B 612 . Se eu pudesse, veria o sol se pôr quarenta e três vezes por dia, mas pequenas rosas têm raízes e não podem dar os pequenos passos necessários para isso.

Acho que o meu principezinho teve as mesmas dificuldades que o Pequeno Príncipe original teve com a rosa dele. Quem sabe um dia o meu principezinho encontre também uma raposa que o ensine as coisas importantes que eu não fui capaz e, com sorte, lembre-se também de uma certa rosa que já o tinha cativado.

A despedida me faz chorar, tenho o trigo que vejo em todos os cantos para me fazer lembrar e o barulho do vento no trigo é muitas vezes um som cruel mas prefiro isso à ser um cogumelo que nunca amou ninguém.

Me pergunto apenas por quanto tempo a rosa ficou a esperar o Pequeno Príncipe voltar. Será que ela se conformou que ele não mais viria? E o carneiro sem mordaça? Teriam todos os guizos se transformado em lágrimas?

_____________

Já ia me esquecendo. Encontrei um link com o livro em .pdf para baixar. Fiz o teste e funcionou. Tem coisas no post que fazem muito mais sentido quando se lê o livro.

Deixo aqui de presente para todos que ainda não leram.

O PEQUENO PRÍNCIPE.pdf

(12) Comments

  1. Anônimo On 24 de março de 2010 às 09:54

    Lindo! Perfeito! Não disse que você escreve bem? Tem alma de escritora (ou é escritora mesmo). Tenho aqui no meu computador adesivos do Pequeno Príncipe. Tb o reli quando adulta. Um dos adesivos: "Foi o tempo que dedicaste a tua rosa que a fez tão importante".

    Pra pensar. bjos Lu

     
    Alice On 24 de março de 2010 às 10:39

    Como eu não li o livro (nem na infância, nem na idade adulta), fico meio perdida para fazer comentários.

    Mas fiquei curiosa: baixei o texto, vou ver se leio.

     
    Anônimo On 24 de março de 2010 às 12:26

    Eu tb só li o livro quando era criança. Vou seguir teu conselho e ler de novo, pq eu realmente não entendi direito a história =P

    beijosssss
    Ju

     
    Amiga Desenhista On 24 de março de 2010 às 12:49

    Ain, acho que eu derramei uma lágrima agora...

     
    Fuggazz On 24 de março de 2010 às 18:59

    Realmente é um livro para adultos! Não li qdo criança, fui ler qdo estava mais pra adulta (não q seja uma por completo hj, rs) e realmente há mto nas suas entrelinhas. E só começamos a fazer mtas das conexões q fez depois de termos amado.
    Não sei se teve a oportunidade de ver a exposição sobre o livro e o seu autor q rolou em São Paulo, foi primorosa!
    Dias melhores!
    Té...

     
    Anônimo On 24 de março de 2010 às 22:27

    Um dos meus livros de cabeceira, passado de geração a geração! Lindo! Leio a quando tenho vontade, e sempre enxergo algo diferente, sempre tiro uma lição dependendo do momento que estou passando.
    Fiquei emocionada com o que tu escreveu, deu vontade de ler de novo!

    beijos.

     
    Cruela Veneno da Silva On 25 de março de 2010 às 14:46

    vc se torna responsável por tudo aquilo que cativas...

    mas ele esqueceu de dizer que o cativado também tem que fazer sua parte né?

    beijos e ja estamos de bem tá?

     
    Anônimo On 26 de março de 2010 às 10:07

    é meu livro favorito desde que tenho 14 anos...
    mas você tem razão que ler depois de grandes faz muito mais sentido.
    perdi a conta de quantas vezes já o li, fascinante!! =)

     
    Vivi On 27 de março de 2010 às 16:23

    Sigo o teu blog mas nunca comentei... Escreves de forma profunda e hoje tenho mesmo que deixar o meu escrito... É o dia Mundial do Teatro, e há muitas iniciativas na área, aqui por Portugal... Neste momento estou curiosamente de saída para ver, precisamente, esta peça!!!.. É que o essencial é tantas vezes invisível aos olhos... =)

     
    Turma do Colorê On 27 de março de 2010 às 23:11

    Comentário internacional?
    Ebaaaaa!
    Fiquei feliz!!

     
    Anônimo On 2 de novembro de 2010 às 11:22

    Eu tive o primeiro contato como Pequeno Príncipe assistindo assistindo suas aventuras em um desenho animado televisionado diariamente. E, adolescente, li o livro porém só percebi seu caráter filosófico e atual recentemente, ao fazer uma resenha crítica em trabalho universitário.

    Simplesmete fantástico entender que a obra é linda tanto para criança e para adultos. Só depende de percepção mais apurada..

    Gih Lessa

     
    THAILA On 8 de setembro de 2011 às 08:55

    O Pequeno Principe é o meu livro favorito,creio que alem de uma historia muito linda ela tambem nos recorda tudo aquilo que esquecemos com o passar do tempo e cada personagem recorda algo muito importante que deixamos o tempo empoeirar ... os verdadeiros valores estao em verdadeiros sentimentos...Parabéns ao Autor ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY