A parábola do Pequeno Príncipe
quarta-feira, março 24, 2010
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Anos depois, já universitária, encontrei meu velho livro e resolvi ouvir àqueles que dizem que O Pequeno Príncipe não é uma história infantil e que deve ser lida por adultos e li o livro novamente. Já fui muito mais capaz de entender a beleza por trás da história fantasiosa, entendi alguns dos conselhos nele inscritos e gostei muito mais da história do que da primeira vez que tinha lido. Fiquei com a relação do Príncipe com sua rosa na cabeça e esses dias entendi de vez a história toda. Reli o livro mais uma vez e agora sim compreendo a separação do jovem monarca e da sua frágil flor e todos os sentimentos que acompanham a história deles. Entendi o que foi ensinado pela raposa, pelo jardim, tudo aquilo que as pessoas grandes deixam passar despercebido.

Eu nunca viajei à África, não atravessei o deserto mas encontrei esse lugar.
Conheci o Principezinho, já fui a sua rosa. Mas assim como no livro ele também escolheu me deixar para trás, presa no pequeno planeta dependendo apenas dos meus quatro pequenos espinhos e sem mais a proteção da redoma de vidro. Desde que isso aconteceu eu gosto mais de cada pôr-do-sol que acontece aqui no asteróide B 612 . Se eu pudesse, veria o sol se pôr quarenta e três vezes por dia, mas pequenas rosas têm raízes e não podem dar os pequenos passos necessários para isso.
Acho que o meu principezinho teve as mesmas dificuldades que o Pequeno Príncipe original teve com a rosa dele. Quem sabe um dia o meu principezinho encontre também uma raposa que o ensine as coisas importantes que eu não fui capaz e, com sorte, lembre-se também de uma certa rosa que já o tinha cativado.
A despedida me faz chorar, tenho o trigo que vejo em todos os cantos para me fazer lembrar e o barulho do vento no trigo é muitas vezes um som cruel mas prefiro isso à ser um cogumelo que nunca amou ninguém.
Me pergunto apenas por quanto tempo a rosa ficou a esperar o Pequeno Príncipe voltar. Será que ela se conformou que ele não mais viria? E o carneiro sem mordaça? Teriam todos os guizos se transformado em lágrimas?
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Já ia me esquecendo. Encontrei um link com o livro em .pdf para baixar. Fiz o teste e funcionou. Tem coisas no post que fazem muito mais sentido quando se lê o livro.
Deixo aqui de presente para todos que ainda não leram.
O PEQUENO PRÍNCIPE.pdf